"Tu es Petrus et super hanc petram ædificabo Ecclesiam meam et portæ inferi non prævalebunt adversus eam"

quinta-feira, 8 de abril de 2010

JUDAS


A gloriosa ressurreição de Jesus Cristo foi a sua vitória sobre o pecado, a morte e a aparente derrota da Cruz. Choramos a sua Paixão e nos alegramos com a sua ressurreição.

A Igreja, fundada por Jesus, é o seu corpo místico. Assim como Jesus, é  divina e humana. Divina na sua doutrina, na graça que possui e na assistência contínua do seu Divino Fundador. Humana nos seus membros, nós, fracos e pecadores. Por isso dizemos que a Igreja é santa e penitente. Como expressou o Papa Pio XII: "Sem mancha alguma, brilha a Santa Madre Igreja nos sacramentos com que gera e sustenta os filhos; na fé que sempre conservou e conserva incontaminada; nas leis santíssimas que a todos impõe, nos conselhos evangélicos que dá; nos dons e graças celestes, pelos quais com inexaurível fecundidade produz legiões de mártires, virgens e confessores. Nem é sua culpa se alguns de seus membros sofrem de chagas ou doenças; por eles ora a Deus todos os dias: 'Perdoai-nos as nossas dívidas' e incessantemente com fortaleza e ternura materna trabalha pela sua cura espiritual." (Mystici Corporis). 

Na Paixão de Jesus, aparece a figura de Judas Iscariotes, o traidor, figura e precursor de todos os traidores da história. Judas foi um Apóstolo escolhido por Jesus, tendo vivido três anos em sua companhia e dos outros dicípulos, imcubido por Jesus da missão de evangelizar. Mas foi infiel e, por dinheiro, entregou Jesus aos inimigos. E ninguém pode acusar Jesus misericordioso de conivente e omisso por ter tolerado Judas tanto tempo em sua companhia.

"Judas" são todos aqueles que traem sua missão. Foi assim que o Santo Padre, o Papa Bento XVI escreveu, em sua carta pastoral ao povo da Irlanda, referindo-se aos sacerdotes e religiosos que abusaram dos jovens: "Traístes a confiança que os jovens inocentes e os seus pais tinham em vós. Por isto deveis responder diante de Deus onipotente, assim como diante de tribunais devidamente constituídos. Perdestes a estima do povo da Irlanda e lançastes vergonha e desonra sobre os vossos irmãos. Quantos de vós sacerdotes violastes a santidade do sacramento do sacramento da Ordem, no qual Cristo se torna presente em nós e nas nossas ações. Juntamente com o enorme dano causado às vítimas, foi perpetrando um grande dano à Igreja e à percepção pública do sacerdócio e da vida religiosa. Exorto-vos a examinar a vossa consciência, a assumir a vossa responsabilidade dos pecados que cometestes e a expressar com humildade o vosso pesar. O arrependimento sincero abre a porta ao perdão e à graça da verdadeira emenda. Oferecendo orações e penitências por quantos ofendestes, deveis procurar reparar pessoalmente as vossas ações. O sacrificio redentor de Cristo tem o poder  de perdoar até o pecado mais grave e de obter o bem até do mais terrível dos males. Reconhecei abertamente a vossa culpa, submetei-vos às exigências da justiça, mas não desespereis da misericórdia de Deus."

Por Dom Fernando Arêas Rifan

Um comentário:

  1. Maravilhoso, rezemos para que assim com os nossos corções contritos com espírito de humildade alcancemos a santificação e continuemos com o legado de fiéis santos que aguardam a vinda de nosso Senhor Jesus, a sua santa cruz nos redimiu, que sejemos fiéis dia pós dia para que venhamos desfrutar das alegrias que nos aguardam na patria celeste.

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