"Tu es Petrus et super hanc petram ædificabo Ecclesiam meam et portæ inferi non prævalebunt adversus eam"

segunda-feira, 5 de abril de 2010

O MISTÉRIO PASCAL



A Santa Mãe Igreja com sua sabedoria bimilenar prepara todos os anos seus filhos para viver intensamente o grande mistério de nossa Redenção, a Páscoa de seu Senhor e Salvador Jesus Cristo e, por consequência, a páscoa de todos os seus membros que somos nós batizados em nome da Trindade Santa. Por meio do jejum, da esmola e da oração durante a Sagrada Quaresma e da participação ativa e consciente nas celebrações da Semana Santa, no qual celebramos e revivemos os derradeiros dias de Cristo e todo o drama do Calvário, somos convidados a meditar a magnitude da Páscoa na vida do cristão, pois como afirma o apóstolo: “se Cristo não ressuscitou é vã a nossa pregação e vã a nossa fé” (Cf. 1Cor 15, 14).

Assim, “a ressurreição de Cristo – nos ensina o Catecismo da Igreja Católica – é o cumprimento das promessas do Antigo Testamento e do próprio Jesus durante sua vida terrestre. [...] Por isso, a páscoa não é simplesmente uma festa entre as outras: é a ‘festa das festas’, ‘solenidade das solenidades’, como a Eucaristia é o sacramento dos sacramentos (o grande sacramento). Sto. Atanásio a denomina ‘o grande domingo’ como a semana santa é chamada no Oriente ‘a grande semana’. O mistério da ressurreição, no qual Cristo esmagou a morte, penetra nosso velho tempo com sua poderosa energia até que tudo lhe seja submetido. [...] O ano litúrgico é o desdobramento dos diversos aspectos do único mistério pascal. Isto vale particularmente para o ciclo de festas em torno do mistério da encarnação (Anunciação, Natal, Epifania) que comemoram o começo de nossa salvação e nos comunicam as primícias do Mistério da Páscoa” (CIC § 652; 1169; 1171).

Devido a esta centralidade do mistério Pascal é que a Igreja estende o Tempo Pascal do domingo de Páscoa até Pentecostes, inclusive. A ressurreição de cristo foi princípio de renovação e vida nova para todos os homens, bem como para todo o universo: uma verdadeira primavera espiritual. Os cinquentas dias do Tempo Pascal são marcados pelo júbilo profundo dos nossos corações, que é a fé na ressurreição triunfante do Salvador e fidelidade sempre renovada ao nosso batismo, no qual somos co-ressuscitados com Cristo para uma vida nova, na alegria de sermos cristãos.

Este Cristo Ressuscitado, do qual Maria Madalena e outras mulheres dão testemunho e anunciam (Cf. Mt 28, 1-10), continua vivo, presente e atuante na Igreja e no mundo como testemunha o círio pascal – aquela imensa vela acesa na noite de Páscoa e que permanece luminosa até Pentecostes – como sinal da presença de Cristo, Luz do mundo, entre os seus. Desse modo em cada domingo deste período, a liturgia celebra um aspecto desta presença salvífica de Cristo Ressuscitado: a misericórdia de Cristo, no 2º domingo da Páscoa; a sua presença na Eucaristia, no 3º domingo; o Bom Pastor que continua a pastorear o rebanho por meio dos ministros ordenados (o Papa, os bispos e os padres), como ressalta a liturgia do 4º domingo da Páscoa; a caridade fraterna que une os membros da Igreja e dá testemunho de Cristo Ressuscitado, no 5º domingo; a promessa do Espírito Santo como princípio da vida pascal da Igreja e de todo cristão, no 6º domingo; sua ascensão aos céus onde está sentado à direita do Pai, no 7º domingo; e, finalmente, o envio do Espírito Santo no dia de Pentecostes que realiza a plenitude da páscoa de Cristo por meio da Igreja, sacramento universal de salvação.

Diante deste grandioso mistério de fé, a Santa Igreja canta o hino da vitória e proclama solenemente o Aleluia, revestida de branco e dourado, ornada de flores e cintilante com a luz do círio pascal aguardando o momento em que será arrebatada ao céu empíreo para junto de seu divinal Esposo, o Cordeiro Imaculado, em sua Páscoa definitiva (Cf. Ap21). Peçamos a Virgem Maria que nos faça fiéis ao seu Filho Jesus para que possamos participar das alegrias da Jerusalém Celeste onde o próprio Deus “enxugará toda lágrima de seus olhos e já não haverá morte, nem luto, nem grito, nem dor, porque passou a primeira condição” (Cf. Ap 21, 4). Uma santa e abençoada Páscoa para todos, na certeza da vitória definitiva de Cristo sobre o pecado e a morte!

Por Maycon Sanches

2 comentários:

  1. Prezado diácono,
    Belo texto! Simples, porém profundo ao comentar sobre o mistério pascal. Eu gostaria de saber sobre o autor. Quem é Maycon Sanches? Este é o 2º texto dele no seu blog e suas reflexões são bastante sintéticas, objetivas e em total fidelidade à Igreja. Desde já obrigado!

    Com sua benção,
    Antonio José

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  2. Prezado Antônio José, obrigado por acompanhar o blog. Ele ainda está em construção e nem sempre é possível uma atualização frequente. Mas seu objetivo é ser mais um meio de serviço à Igreja. Siga-o!

    Maycon Sanches é um coloborador do blog. Ele é um jovem leigo da Diocese de Campos,formado em História e é professor de História da Igreja.
    Ainda este mês teremos uma matéria sua sobre o aniversário de Bento XVI.
    Aguarde! Deus abençoe!

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