Nosso Senhor Jesus Cristo, após ser cravado na Santa Cruz para sofrer a Paixão a fim de nos salvar, proferiu sete Palavras que ficaram consignadas no coração da Igreja. Essas Palavras de Cristo na Cruz, objeto de meditação dos Santos Padres e Doutores, compõem um tesouro singular que o Senhor nos deixou no momento em que consumava o Mistério de nossa Redenção.
"Pai, perdoa-lhes, pois não sabem o que fazem"
No auge do sofrimento, Cristo não perde a dimensão da fragilidade do ser humano e implora o perdão pra nossas culpas. Seu sangue derramado na cruz nos torna limpos para voltar à casa paterna. Em meio à humanidade devastada pelo pecado, em meio ao povo enganado que pedia a morte do Cordeiro inocente, Cristo tem compaixão e pede o perdão para aqueles que o condenam. Neste momento final, Cristo retoma o ensino que outrora tinha proferido: “Amai os vossos inimigos, fazei bem aos que vos odeiam, orai pelos que vos maltratam e perseguem” (Mt 5,44). Dessa forma ele deixa claro a necessidade e a importância do perdão, necessidade essa consignada na oração que Ele mesmo ensinou a seus discípulos: “perdoai-nos as nossas ofensas, assim como nós perdoamos aos que nos ofenderam” (Mt 6,12).
"Em verdade te digo: hoje estarás comigo no Paraíso".
Quando Cristo profere a segunda Palavra na Cruz, observamos dois ladrões crucificados, um de cada lado. Nestes dois ladrões vemos a prefiguração de duas atitudes que podemos abraçar em nossa vida: a atitude do desespero em meio ao sofrimento, zombando da salvação e, por conseguinte do Salvador; e a atitude de reconhecimento e confissão do pecado, resignação em meio ao sofrimento presente, com vistas na esperança da glória futura. Que ensino grandioso recebemos de Nosso Senhor ao conceder ao penitente arrependido a Salvação eterna: hoje estarás comigo no paraíso! Com estas palavras salvíficas Jesus nos mostra que se nos arrependermos dos nossos pecados, O reconhecermos como nosso Salvador (cf. Jo 1,12) e O buscarmos diligentemente, sem dúvidas estaremos com Ele.
"Mulher, eis aí o teu filho. Filho eis aí a tua Mãe!"
Na terceira Palavra de Cristo na Cruz, em meio a todo o sofrimento, Jesus mais uma vez, numa prova inequívoca de amor à humanidade, nos dá a graça de termos a Sua santa Mãe por nossa mãe! Esta Palavra nos revela fatos muito importantes, é uma prova de que Nossa Senhora não possuía outros filhos, pois caso contrário não poderia estar desamparada neste momento, revela-nos que era viúva de São José, que também não se encontrava ao seu lado. Outra revelação magnífica dessa Palavra é a necessidade de tão boa Mãe a nos acompanhar em nossa caminhada rumo ao Salvador, ora todos os atos de Nosso Senhor Jesus Cristo, são atos salvíficos, assim, sendo, ao nos dar Sua Mãe como nossa Mãe, Jesus Cristo visava a nossa salvação. João neste momento, o discípulo amado, era a prefiguração de cada um de nós. E o que ele fez ao receber tamanha graça? Imediatamente “o discípulo a levou para a sua casa”. Todo verdadeiro Cristão deve ter por Mãe Nossa Senhora, que insistentemente só tem um único pedido a nos fazer: “Fazei tudo o que Ele vos disser !” (Jo 2,5)
"Elói, Elói, lammá sabactáni? - Meus Deus, meus Deus, por que me abandonastes?"
Nesta quarta Palavra, Cristo expressa a dor de carregar em seu corpo santo todo o pecado da humanidade, a fim de redimi-la. Ele levou sobre si os nossos pecados, as nossas dores e as nossas transgressões, de modo que se encontrava desfigurado. O Pai ao olhar o Filho não o reconhece, mas vê nele as nossas misérias, a podridão dos nossos pecados. O desviar do rosto do Pai que seria dado a nós, foi dado a Jesus naquela hora. Bendita solidão de Jesus, pois ali fomos redimidos e reconciliados com o Pai! Cumpre saber que Jesus estava sobrecarregado de todos os pecados do mundo inteiro e por isso, ainda que pessoalmente fosse o mais santo de todos os homens, tendo de satisfazer, por todos, os pecados deles, era tido pelo pior pecador do mundo e como tal fez-se réu de todos e ofereceu-se para pagar por todos. E porque nós merecíamos ser abandonados eternamente no inferno, no desespero eterno, quis ele ser abandonado ou entregue a uma morte privada de todo o alívio, para assim livrar-nos da morte eterna.
"Tenho Sede!"
"Elói, Elói, lammá sabactáni? - Meus Deus, meus Deus, por que me abandonastes?"
Nesta quarta Palavra, Cristo expressa a dor de carregar em seu corpo santo todo o pecado da humanidade, a fim de redimi-la. Ele levou sobre si os nossos pecados, as nossas dores e as nossas transgressões, de modo que se encontrava desfigurado. O Pai ao olhar o Filho não o reconhece, mas vê nele as nossas misérias, a podridão dos nossos pecados. O desviar do rosto do Pai que seria dado a nós, foi dado a Jesus naquela hora. Bendita solidão de Jesus, pois ali fomos redimidos e reconciliados com o Pai! Cumpre saber que Jesus estava sobrecarregado de todos os pecados do mundo inteiro e por isso, ainda que pessoalmente fosse o mais santo de todos os homens, tendo de satisfazer, por todos, os pecados deles, era tido pelo pior pecador do mundo e como tal fez-se réu de todos e ofereceu-se para pagar por todos. E porque nós merecíamos ser abandonados eternamente no inferno, no desespero eterno, quis ele ser abandonado ou entregue a uma morte privada de todo o alívio, para assim livrar-nos da morte eterna.
"Tenho Sede!"
Grande foi a sede corporal que Jesus sofreu na cruz, já pelo sangue derramado no horto, já no pretório pela flagelação e coroação de espinhos, e mais ainda na mesma cruz onde de suas mãos e pés cravados escorriam rios de sangue como quatro fontes naturais. Sua sede espiritual foi, porém, muito maior, isto é, o desejo ardente que tinha de salvar todos os homens e de sofrer ainda mais por nós em prova de seu amor, e está sede brota da fonte do amor. Essa Palavra de Jesus na Cruz nos remete ao momento em que Ele pede de beber à samaritana (cf. Jo 4,1-15) no poço de Jacó, como se pedisse a cada um de nós, a nossa vida, a nossa alma para lhe saciar a sede. Ele afirma para a samaritana que Ele é a água viva (cf. Jr 2,13), quem Dele beber não terá sede.
"Tudo está consumado!"
Essa penúltima Palavra de Cristo na Cruz vem selar todas as profecias a seu respeito. Nestes momentos finais Cristo nos diz com essa Palavra que toda a vontade do Pai para nos salvar foi cumprida Nele e por Ele. Com essa Palavra Jesus nos ensina a perseverar em nossa fé até o fim. Confiando Nele (cf. Fl 4,13) não devemos jamais olhar para trás (cf. Gen 19,26; Lc 9,62), mas, seguir sempre em direção ao alvo (cf. Fl 3,14), à nossa meta: a salvação que nos é ofertada gratuitamente por Deus.
"Pai, em tuas mãos entrego o meu Espírito!"
Consumada as Escrituras, Nosso Senhor Jesus Cristo livremente entrega o espírito ao Pai, realizando a redenção definitiva da humanidade. É a realização do sacrifício da Nova e Eterna Aliança. Com essa Palavra Jesus nos ensina a entregar-nos sempre, livre e totalmente ao Pai, que está sempre de braços abertos a nos esperar. Iluminados por essa Santa Palavra do Senhor possamos confiar-nos sempre a Ele, fazendo assim a vontade do Pai. O Rei Davi punha toda a sua esperança no futuro Redentor, dizendo: “Em vossas mãos, Senhor, entrego o meu espírito; pois vós me remistes, Senhor Deus da verdade” (Sl 39,6). Quanto mais nós devemos confiar em Jesus Cristo, que já realizou a nossa redenção! Digamos-lhe, pois, com grande confiança: “Vós me remistes, Senhor, por isso em vossas mãos encomendo o meu espírito!
Caríssimo Dom Roberto, antes de pregar sobre as 7 Palavras, na Igreja da Ordem Terceira de São Francisco, no Largo da Ordem, em SP, vim buscar inspiração nestas belas reflexões deste blog. Agradeço e retribuo os votos de Santa Páscoa. É muita bondade e gentileza de um legítimo sucessor dos Apóstolos. Oscula-lhe reverentemente o anel episcopal, seu ex-aluno no seminário Maria Imaculada em Varre-sai e seu eterno admirador. Regina caeli laetare, alleluia! Quia surrexit Dominus vere alleluia! Pe. Jonas dos Santos LIsboa
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